Ontem, dia 26 de Julho, ensaiei no Vila Arte Espaço de dança com a presença da Cíntia Napoli das 19:30 às 21:30.
Conversei novamente do que se trata o solo com a Cintia: trazer sensações de vida e morte ao mesmo tempo para que as pessoas possam refletir que tudo se encontra aqui; o bem e o mau, o céu e o inferno, etc. Não busco ser didático, mas quero que as pessoas possam questionar o uso do tempo precioso, afinal um dia morreremos. Na conversa falei que nessa semana que passou imaginei sons do quotidiano: carros, sirene, folhas caindo, sino de casamento, gargalhada de crianças, tiros, etc. No outro encontro, comentei dos elementos da natureza que me interessavam: fogo, água, terra e vegetais. Naquele dia ela imaginou um som da gota d´água caindo, lembrei a ela que isso me interessou, pois gosto da idéia da marcação do tempo. Então, ontem trabalhamos com a imaginação por meio desse tempo. Ela pediu para fechar os olhos, marcou com a caneta batendo no caderno um som que lembrasse a gota caindo. Pediu para que eu narrasse as imagens que apareciam. Depois, ela pediu para que entrasse na sala e imaginar esse espaço novamente e começar a dançar e relacionar com o ambiente criado por mim. Eu gostei do laboratório, pois me levou num lugar onde me encontrava coberto de água, sentia o prazer do toque dela sobre a minha pele. Ela disse que foi muito lindo a imagens e as movimentações. Naturalmente veio alguns dos movimentos que tinha pesquisado até agora, porém dentro de outra sensação: a do prazer. Repetimos o exército e conversamos muito. Na verdade, antes de chegar no ensaio, imaginava trabalhar com os confetes e brincar com eles como se fossem água. Mas o laboratório sugerido pela Cintia me trouxe esse estado. Ela perguntou se imaginava a camisa e o confetes nesse lugar. Eu respondi que não, que já está tudo no corpo, inclusive me vejo sem camisa. Assim, veio uma dúvida sobre esses materiais cênicos, que inclusive já providenciei. Mas ao mesmo tempo sei que ontem foi somente um laboratório, onde os movimentos pesquisados e tudo que tenho coletado nesses três meses apareceram em cena naturalmente. A Cíntia comentou que muitas vezes eu planejo e foco demais e acaba não abrindo os olhos para as demais possibilidades. Sei, tenho essa característica. Mas ao mesmo tempo, se decidi mandar fazer o figurino e comprar o confete acho que foi depois de muita pesquisa de três meses e meio. Eliminando inclusive elementos que não me interessava mais como o vaso, pena e farinha. Também ainda não tenho trabalhado a questão do prazer da vida nos laboratórios, falta pesquisa a respeito disso também. A Cintia está mostrando outra forma de ver todo o material que tenho pesquisado. Vou me soltar e me entregar a esse movimento. Sem querer definir as coisas nesse momento. Quero visitar essa nova janela, depois vejo o que farei. Se no final de agosto decidi eliminar os confetes e o figurino, tudo bem. Será a mesma coisa do vaso de barro que não preciso mais, mas ficou a sensação dele no meu corpo que é importante para o meu solo.
P.S. No fim de semana que passou fui no Shopping Estação e no Passei Público fazer laboratório conforme sugerido pela Cintia no encontro da semana passada.
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