O solo "Vozes do outono" foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura pelo Edital 265-10 de Pesquisa em Dança da Casa Hoffmann Centro de Estudo de Movimentos em 2011 pela Fundação Cultural de Curitiba. A estreia aconteceu no dia 27 de setembro de 2011 no evento DANCON Liga Cultural de Dança em Belo Horizonte.

sábado, 23 de julho de 2011

Processo 022: Oficina do Ailton Galvão

20, 21 e 23 de julho de 2011 das 9h às 12h na Casa Hoffmann

Foi muito boa a oficina, ele trabalhou as imagens internas pessoais da vida desde a infância transformando-as em materiais cênicos. Acredito que toda obra, de certa maneira, é uma biografia do artista, então a oficina seria interessante para todos os bolsistas da Casa Hoffmann independente da natureza da sua pesquisa.

PRIMEIRO DIA:

  1. Ele fez seqüencia de atividades corporais e vocais para preparar cada participante na busca das imagens internas desde a sua infância.
  2. Depois anotamos no papel varias palavras que traduzem essas imagens.
  3. No fim utilizamos essas palavras para a criação de uma cena.

SEGUNDO DIA:

  1. Fez a mesma seqüência do dia anterior de atividade corporais e vocais, mas não precisamos revisitar as imagens internas.
  2. Logo em seguida fizemos um jogo em dupla:
    • Um perguntava “quem é você?”;
    • O companheiro respondia “algo”;
    • O que perguntou precisaria dançar esse “algo”;
    • O dançarino voltaria a perguntar “quem é você?”;
    • recomeça a brincadeira (um somente responde e o outro sempre “pergunta e dança”)

      Observação: depois de um tempo troca de papel.
  3. Foi distribuído papel e canetinhas coloridas onde cada um precisava responder em desenho a pergunta “quem é você?”
  4. Encontrar uma dupla e trocar os desenhos. Agora precisaria criar uma partitura de dança (inventário) a partir do desenho biográfico do companheiro.
  5. Apresentação cênica da dupla seguindo uma ordem:
    • Começa costas com costas e desenvolve a partituras individualmente;
    • Depois de um tempo um influência o movimento do outro;
    • Em algum momento ocorre um encontro e começa uma improvisação com contato;
    • Finalização.

TERCEIRO DIA:

  1. Bate papo da experiência dos dois dias anteriores,
  2. Massagem em dupla, um faz e outro recebe. Depois troca de papel.
  3. Exercício do olhar em dupla. Um conduz pelas costas o companheiro que está de olhos fechado por meio de toque de dedo com sinais codificados (frente, direita, esquerda, elevar nivel, baixar nivel). Quando o condutor retirar o dedo das costas do conduzido, este abre os olhos.  Depois reconduz para outro lugar para mostrar outra paisagem. Após apresentar varias imagens, o conduzido de olhos abertos precisaria dançar as lembranças e as sensações que ficaram dessas paisagens, o condutor dançará em frente em espelho olhando sempre nos olhos do companheiro.   
  4. Bate papo sobre a experiência do exercício do olhar.
  5. Assistimos o vídeo gravado no primeiro e o segundo dia.

CONCLUSÕES:

  1. Achei proveitosa a oficina, pois ela se relaciona com o processo criativo que estou vivendo na pesquisa do meu solo. Precisei juntar várias imagens internas de morte e transformar elas em partituras (inventários).
  2. O trabalho do segundo dia é muito intenso, pois ele por si cria uma dramaturgia que se transforma em um esquete cênico.
  3. O exercício do terceiro dia foi interessante:
    • O conduzido foca a atenção nas costas, pois é nela que fica os toques com os códigos de condução, no entanto, quando esse toque na costas é retirado e chega o momento de abrir os olhos, é como se toda a energia voltasse para a frente para receber a paisagem sem pretensão e preconceito. As cores e as formas possuem outra vida, foi uma sensação muito diferente.
    • Também descobri que dançar lembranças de imagens com uma pessoa fitando no meu olhar é difícil, pois o olhar penetrante de uma pessoa tira o nosso olhar da imagem interna, então precisei abstrair sensações dos quadros de imagens internas como calor, duro, cheiro, etc. para poder dançar com uma pessoa que olha nos meus olhos.
  4. Toda oficina clareou melhor o meu aprendizado em relação da minha dança, imagem externa, imagem interna, processo de criação e o estudo do olhar.
  5. Acho que a oficina complementou na prática o artigo teórico que li na semana passada chamado O Encontro da Heloisa Neves.

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