Eu adoro símbolos, talvez seja a influência da minha formação em design gráfico. Por isso tenho colecionado vários deles para o solo: confetes, pó, asas, penas, harakiri, kamikaze, vasos, camisa de força, etc. No entanto, lendo o texto “O Mapa - um estudo sobre representação complexas” de Heloisa Neves, indicado pela Olga Nenevê, compreendi algo importante sobre o uso da simbologia. Entendi que os símbolos em cena devem ser desconstruídos ou servirem de suporte para alterar outras símbologias existente no espetáculo. Isso é necessário porque a arte dialoga com o público quando há espaço para transmutação de simbologia. Para o público o elemento codificado e fechado demais não lhe traz interesse, pois não acrescenta novas percepções. Toda arte necessita de mistério e estranhamento - um espaço para resignificar aquilo que está sendo visto. Assim, os elementos cênicos devem possuir cuidados para transcender suas simbologias originais.
Depois dessa reflexão entendi porque a combinação simbólica do cenário e o figurino abaixo me interessou:
“Curitiba, 06 de julho de 2011: Tenho vislumbrado que os confetes coloridos de papeis espalhados no chão inteiro faz sentido como cenário para o meu solo. Se utilizo os confetes de festas, em vez e papeis brancos pequenos ou areia, creio que o figurino de camisa social branca com manga comprida realça a dualidade que tenho buscado em cena. Como quero trabalhar com o sagrado e o profano, acho que essa dupla traz um estranhamento ao público trazendo mais reflexão, interação e metáforas para o meu corpo dançante. “
- Confetes: festas, carnaval, alegria, profano, mundano, etc.
- Camisa de manga cumprida branca: Asas, anjos, pureza, loucura, etc.
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