Semana passada ensaiei com a musica Profudenzas de Eduardo Agni e Transitory Life da Laurie Anderson. Estou com duvidas, se uso músicas no meu solo ou deixo sem, mantendo apenas o som das gotas de aguas no final. No demais, entendi que preciso ficar ensaiando com os elementos cênicos para conseguir compreender melhor a minha relação com eles e entre eles.
O solo "Vozes do outono" foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura pelo Edital 265-10 de Pesquisa em Dança da Casa Hoffmann Centro de Estudo de Movimentos em 2011 pela Fundação Cultural de Curitiba. A estreia aconteceu no dia 27 de setembro de 2011 no evento DANCON Liga Cultural de Dança em Belo Horizonte.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Tales de Mileto – Arkhé
Tales de Mileto (624-546 a.C.) destacou-se por ser o primeiro filósofo a propor o princípio construtivo de todas as coisas: a água.
Para Tales, a água não é apenas o princípio constitutivo de todas as coisas, mas aquilo que persiste quando tudo o mais é gerado, alterado ou destruído.
Exemplo: Se uma planta nasce, se desenvolve e morre, é porque a água está presente na mesma – em cada uma das suas etapas de existência. Quando a planta deixar de existir, a água ainda persistirá existente, como elemento primordial.
ARKHÉ: significa princípio constitutivo, fundamental, primordial, em função do qual as coisas dependem para existirem. Neste sentido, arkhé representa a origem do que existe assim como aquilo que persiste como existente durante e após os processos de geração, alteração ou destuição das coisas. Assim, o arkhé se refere ao fundamento comum que faz parte de tudo o que existe. Os filósofos pré-socráticos diferenciam-se, grosso modo, por adotar um arkhé específico.
PHYSIS: significa Física no sentido amplo – não no sentido da ciência homônaima, hodierna e específica – mas de escopo máximo que circunscreve todas as coisas que existem. Ainda, a physis se refere aos seres existentes e também a todos os processos pelos quais os seres são submetidos, tais como geração, alteração e destruição. A acepção de physis é tão radical que apanha, inclusive, os existentes e sutis processos mentaisa – tais como pensamentos, consciência, etc. – tão peculiares à alma humana. Todos os filósofos pré-socráticos, sem exceção, desenvolvem suas investigações consmológicas, admintindo este plano fundo comum: a physis.
LD Ontologia I, UNISUL, p.30, 2011:
Devir
LD Ontologia I, UNISUL, p.34, 2011:
O devir constitui-se ona mudança da coisa, do ser. Devir também expressa que as etapas de mudança do ser – de geração, alteração e destruição – ocorrem conforme uma ordem, um processo, continuamente.
Devir
DICIONARÍO HOUASS:
Datação
sXIII cf. IVPM
Acepções
■ verbo
intransitivo
1 vir a ser; tornar-se, transformar-se, devenir
■ substantivo masculino
Rubrica: filosofia.
2 fluxo permanente, movimento ininterrupto, atuante como uma lei geral do universo, que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes; devenir, vir-a-ser
Etimologia
lat. deveníre 'chegar a, tornar-se', acp. de fil do fr. devenir 'tornar-se, começar a ser o que não era antes'; ver -vir; f.hist. sXIII deueere
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Processo 036
Hoje tive ensaio com a orientação com o Ailto Galvão. Ficou marcante na conversa que é importante o O QUE e o PORQUE, mas que muitas vezes no ato perfomático o que faz a diferença é o COMO. Isso na questão de não antecipar as coisas e vivênciar cada instante. Preciso estar mais presentificado na ação no meu solo. Muitas vezes o público quer sentir o COMO, o O QUE e o PORQUE são consequências dentro de uma naturalidade.
Processo 035: Não ser narrativo no meu solo
Não é narrativo, mas existem sensações que precisam ser compartilhadas. Cintia Napoli
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Processo 034: Licença para a fantasia
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Asas para voar
"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar." Dalai Lama
domingo, 21 de agosto de 2011
Processo 033: 2ª Mostra e sobre feedbacks
Essa semana teve a 2ª Mostra da Casa Hoffmann. Apresentei o que venho pesquisando, com figurino e os confetes do cenário. Hoje vejo claramente que estava meio confuso de COMO fazer a relação entre os elementos cênicos e comigo (camisa de manga complida, confete, mar, gota de água). Também tive receio de ser dramático ou didático demais… Não consigo entender o limiar da dança na questão narrativa, gestual e virtuosismo. Enfim, o fato de inserir elementos cênicos fez ficar confuso a temática da obra, pois ainda não tenho familiaridade com eles (no trabalho busco dizer que viver é uma constante tensão entre a morte e a vida, a morte faz parte da vida). Talvez colocar o confete e a camisa nesse contexto seja um crichê, ou abstrato demais. Mas insisto nisso, pois sinto um potencial neles e de certa forma quero uma obra que seja facil de circular entre cidades do interior levando magia cênica em lugares mais simples como escolas, igrejas, associações, etc. (sem precisar de uma estrutura de teatro tradicional com iluminação e palco italiano). Lógico que procuro transcender o significado dos elementos cênicos para que eles não sejam meros enfeites em cena. Bom, o fato é que na mostra não consegui a expressividade almejada, nem trazer a temática ao público como tinha me proposto. O momento do feedback foi díficil. Não porque as opiniões foram negativas, isso é de menos. Também não fiquei chatiado porque não recebi elogios. Somente fiquei abalado porque achei que tinha falhado naquilo que determinei a realizar – uma sensação de dever não cumprido por ignorância e/ou falta de escuta. Depois, o mais complicado era entender o meu papel dentro do bate-papo. Descobri que algumas pessoas acharam que estava na defensiva, me desculpando. A questão não era isso, estava tentando explicar como foi o processo, para entender melhor o que aconteceu. Afinal, sendo uma mostra de pesquisa achei que era necessario falar sobre isso. No entanto, hoje descubri que não é esse meu lugar naquele momento. Não preciso falar, explicar, nem compartilhar as questões de uma forma profunda, só preciso responder pontualmente de forma sucinta. Além do mais, algumas pessoas não sabem sobre a minha pesquisa, não tem obrigação de saber e vão dizer o que viram – esse é o papel delas. No entanto, nessa falta de maturidade minha em relação ao feedback, percebi que existem algumas posturas claras de quem dá feedback:
- Aquele que falam o que achou.
- Aqueles que falam o que deseja.
- Aquele que pergunta sobre a intensão e o processo e pontuam as impressões.
Acredito que é necessário repassar as impressões. Mas percebo que ainda existe um lugar não tão claro entre os artistas sobre o que é dar feedbacks. Tampouco não existe uma cultura para preparar um ambiente de feedback. Uma vez a Juliana Adur, bailarina da desCompanhia de dança, depois de voltar da residencia do CEM em Portugal fez uma palestra focando no que é Feedback. Achei genial, depois disso, tenho tomado cuidado em dar o feedback. Mas após essa mostra, ficou muito mais claro para mim a posição de quem recebe o feedback. Não estava preparado, pois é a primeira vez que estou num ambiente fora da desCompanhia expondo um trabalho em andamento. Minha vida como artista está vinculado com a companhia, lá as coisas funcionam de outra forma, nem melhor, nem pior, somente diferente . Assim eu tive dificuldade de compreender esse novo espaço organizacional. Também percebo que estou numa fase pessoal muito sensível, exagerei demais as sensações que tive. Tudo bem, um dia de cada, vou aprendendo. Essa semana tenho muito para fazer, já que daqui a duas semanas está agendada a terceira mostra e logo em seguida preciso viajar para a Alemanha. O tempo está curto, preciso muito da atenção do Ailton Galvão e da Cintia Napoli que acompanham o meu processo desde o início. Gostei muito da Andréa Lerner e Rosane Chamecki, são muito generosas, mas no momento preciso dos orientadores que acompanham a pesquisa do solo desde o princípio. A Andréa até comentou que tenho escutado elas mas talvez não tenha compreedido algumas questões. Na verdade, depois que o ví o vídeo Mostra, compreendi muito o que elas disseram, e levo em questão tudo que fora dito. Mas o fato é que eu trabalho em equipe, preciso consultar e compartilhar com a Cíntia e o Ailton, isso é uma forma de ter respeito com todo o trabalho que venho desenvolvendo junto com eles. Aqui percebo a existência de lochos diferentes de orientadores e cuidados que preciso ter com cada um deles dentro do processo do trabalho. Dessa maneira, fiz a orientação com o Ailton e a Cintia na sexta que passou após turbilhão de informações de feedbacks. Vou trabalhar nessa segunda e quarta-feira ensaiando na Casa Hoffmann analisando todas as questões. Assim, se puder, quero marcar uma orientação com a Andrea e Rosane na quarta a noite, essa é a forma que encontro de me proceder procurando respeitando a todos, incluindo a mim mesmo.
sábado, 13 de agosto de 2011
Processo 032
Essa semana que passou ensaiei na Casa Hoffmann e no Vila Arte Espaço de dança. No Vila Arte tive a orientação e consultoria com a Cintia Napoli. Foi ótimo o ensaio. As coisas começam a fazer sentido:
- O confetes espalhados e movidos por mim faz o barulho de ondas do mar.
- O meu corpo virando água é uma aceitação da morte e uma entrega à vida.
- A camisa traz um contraponto trazendo o lado concreto da vida humana.
- A tensão dos opostos como condição do movimento (Cintia Napoli, interpretando o Heráclito)
A Cintia mostrou me o Livro didático de Ontologia I da Unisul - 2011. Uma das frases que anotei da página 37 sobre Heráclito de Efeso que possui relação com o meu solo:
“A interdependência de opostos representam uma condição para que algo mude.”
P.S. Preciso orçar um microfone sem fio para ver se consigo ampliar o barulho dos confetes que lembram ondas do mar.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Processo 031
Atividades da semana que passou:
- 03-08 (quarta-feira): Fui na audiência da lei do Conselho Estadual da Cultura defender a dança como área autônoma separado das artes cênicas.
- 04-08 (quinta-feira): Laboratório corporal dividindo espaço com o Peter e o Danilo. Testei o confetes pela primeira vez. Gostei do efeito que lembra as flores de cerejeiras no chão.
- 06-08 (sexta-feira): Ensaio junto com a Cintia Napoli, depois ensaiei também com a presença do Ailton Galvão. Fiz a consultoria e orientação com os dois.
- 06-08 (sexta-feira): Peguei a camisa de manga longa que tinha mandado fazer, fiquei testando em casa, houveram imagens interessantes.
- 07-08 (sábado): Assisti o espetáculo No Pirex do Palco giratório. Muito bom, teatro sem falas e com muitas imagens lindas.
- 08-08 (domingo): Assisti o espetáculo Está tudo virado do Palco Giratório.
- Pesquisei musicas e vídeos na internet.
As coisas importantes da semana dentro do processo criativo:
- Os confetes lembram cerejeiras por causa das cores rosadas. Adorei o efeito, pois a minha pesquisa possui relação com o Haikai também.
- Gosto do rastros que ficam quando arrasto os pés sobre o tapete de confetes. Lembra a trajetória da vida, escolhas, caminhos etc.
- O figurino ficou interessante, preciso testar junto aos confetes.
- A minha amiga bailarina Marina Scandolara passou uma musica que fala do rio que morre ao desaguar no oceano. Gostei da combinação: gota d água x oceano. De repente posso usar na trilha sonora esses elementos da natureza.
- Essa semana preciso testar o potencial do figurino e dos confetes.
- Semana que vem tem a mostra, na verdade era melhor eu ficar sozinho ensaiando do que apresentar. Estou achando curto o intervalo entre a primeira mostra e a segunda mostra. Hoje vejo se o edital tivesse 3 Mostras seria melhor do que 5 Mostras para a minha pesquisa. Eu até preferiria fazer mais apresentações no final da pesquisa para compensar isso.
sábado, 6 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
A drop in the ocean - Ron Pope
Tradução retirado do site da Terra.
UMA GOTA NO OCEANO
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
Eu não quero
Perder o final de semana
Se você não me ama
Finja
Mais algumas poucas horas
Então vai ser hora de ir
Enquanto meu trem desce
A costa leste
Eu me pergunto como
Você vai ser manter quente
É tarde demais para chorar
Quebrado demais para ir em frente
Ainda não posso te deixar em paz
Na maioria das noites quase não dormi
Não pegue de mim
O que você não precisa
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
Verdade fora de lugar
E velhos amigos
Nunca contando arrependimentos
Pela graça de Deus
Eu não descanso nem um pouco
Nova Inglaterra
Enquanto as folhas mudam
A última desculpa
Que eu vou reivindicar
Eu era um garoto
Que amava uma mulher
Que era com uma garotinha
Ainda não posso te deixar em paz
Na maioria das noites quase não dormi
Não pegue de mim
O que você não precisa
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
O paraíso não parece mais
Estar longe
O paraíso não parece estar longe
O paraíso não parece mais
Estar longe
O paraíso não parece estar longe
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
Você é meu paraíso
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Evaporar
Composição: Rodrigo Amarante
Material de pesquisa indicado pela bailarina MARina Scandolara ; )
Para ler a letra inteira Clicar aqui. Deixei a recortado a parte que me interessou na pesquisa.
“O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!”
Experimento sonoro: aguas
Encontrei uma música com som de aguas para experimentar no laboratório corporal amanhã na Casa Hoffmann.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Espetáculo dança: Leve (Pernambuco)
Nossa, é um espetáculo de dança com o mesmo tema do meu solo, precisarei assistir. Será no dia 23 de agosto no SESC pelo projeto Palco Giratório. Será ótimo ver eles. Segue abaixo a divulgação. Yiuki
LEVE (Pernambuco)
Classificação etária: Livre
Gênero: Dança
Duração: 45 minutos
O espetáculo Leve transporta para a cena as sensações, os sentimentos e os questionamentos do ser humano diante da morte. O trabalho foi criado sob a perspectiva de quem viveu a perda, a partir das vivências das criadoras-bailarinas Maria Agrelli e Renata Muniz. A concepção do espetáculo surgiu das reflexões das duas artistas, que lidavam de forma diferente, e até mesmo divergente, sobre a perda de pessoas próximas. As variadas perspectivas de encarar a morte serviram de suporte para a criação de Leve, abarcando a complexidade e intensidade do tema proposto. As sensações de impotência, saudade, dor, raiva, desespero, vazio, alívio se mesclam na cena do espetáculo, desvelados pelo corpo das bailarinas e pelo ambiente criado para este trabalho. Um espetáculo-instalação de dança que une coreografia e improvisação, propondo a imersão do público em uma atmosfera mística, intimista e lúdica.
Ficha técnica do espetáculo:
Concepção, criação e coreografia: Maria Agrelli e Renata Muniz
Bailarinas-criadoras: Maria Agrelli e Renata Muniz
Assistente de coreografia: Liana Gesteira
Produção: Coletivo Lugar Comum.
Serviço
Comerciários: Gratuito mediante apresentação do cartão cliente Sesc.
Estudantes, idosos, professores: R$ 5,00
Não comerciários: R$ 10,00
Data: 23 de agosto às 20h
Local: SESC Água Verde - Av. República Argentina, 944
Telefone: 3342-7577